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Culturas Juvenis no CIEJA
Culturas Juvenis no CIEJA

 

PROJETO: CULTURAS JUVENIS DENTRO DA EJA: EQUAÇÃO POSSÍVEL?

UNIDADE: CIEJA SAPOPEMBA - DRE SÃO MATEUS.

RESPONSÁVEIS:

 Coordenadoras Pedagógicas: Themis Florentino dos Santos e Cíntia de Jesus Chagas.

 Supervisora de Escolar: Lourdes de Fátima Paschoaletto Possani. 

I – HISTÓRICO

O CIEJA (Centro Integrado de Educação de Jovens e Adultos) foi criado pelo Decreto 43.052 em 04€3. Está situado na Rua Sargento Luís Rodrigues Filho nº40 no Conjunto Mascarenhas de Morais e faz parte da Diretoria Regional de Educação de São Mateus. O CIEJA é um projeto experimental dentro da EJA regular da Secretaria Municipal da Educação, que se propõe atualmente atender um público cada vez mais jovem, que apesar de recorrentes abandonos do sistema regular de ensino continuam voltando para a escola, o que é um claro indício de que existe algo que os atrai. E que apesar de tudo, sabem que precisam da escola, pois quando questionados a respeito de “projeto de vida”, no discurso deles a escola aparece com um peso significativo: ela é um desejo do futuro, mas que não conseguem articular no presente. Por tudo isso, pensamos que cabe à escola enquanto espaço “adulto” a responsabilidade de chegar até estes jovens, se reinventado para poder lidar com as diferentes tensões, e descobrir formas de envolvê-lo a partir do seu próprio desejo, e com base nas culturas juvenis.

 II - JUSTIFICATIVA

A escola, que sempre foi ou pelo menos sempre pretendeu ser o principal espaço de socialização e “distribuição de conhecimento” encontra-se hoje deslocada do seu papel, e esta questão tem forte relação com a expansão do número de vagas, que gerou a precarização da condição docente a desqualificação e empobrecimento da escola. Por outro lado, a expansão da oferta de vagas abriu as portas para uma população que até então não tinha acesso a ela. Inevitavelmente o aumento da demanda trouxe junto um conjunto de problemas sociais, econômicos e culturais que a escola não pode mais ignorar e precisa articular-se em busca de solução: desde o aluno que vai à escola apenas para se alimentar e os pais continuarem a fazer jus aos projetos sociais do Governo, aos que leva o tráfico e a violência para dentro dela, até aqueles que por diferentes motivos, inclusive por não encontrarem nela mais sentido, a abandona. O índice de evasão destes jovens e adolescentes, cada vez mais crescente da escola regular, vem gerando um fenômeno que precisa de novas e criativas soluções: o “rejuvenescimento” da EJA. Ela que antes se limitava a atender adultos economicamente ativos, mas com baixa escolaridade, adultos analfabetos em diferentes faixas etárias, donas de casa, desempregados e uma parcela da população já na terceira idade, depara-se hoje com um público cada vez mais jovem, com um longo histórico de evasão e repetência e que vivenciam múltiplos processos de marginalização socioeconômica e cultural e estão em situação de vulnerabilidade social. Os jovens e adolescentes que estão chegando hoje para o CIEJA Sapopemba são diferentes, trazem novas demandas, novas questões, além de ritmos diferenciados e suas diferentes culturas.

Todas estas transformações na cultura das novas gerações têm posto em crise a oferta tradicional da educação escolar. Os sintomas mais evidentes tem sido a evasão, o baixo rendimento nas aprendizagens, os conflitos, a indisciplina e a dificuldade de integração nas Instituições Escolares e, sobretudo, a ausência de sentido da experiência escolar para uma quantidade significativa de educandos.

Tudo parece indicar que para estes jovens e adolescentes com histórico de evasão e atrasos na sua trajetória escolar este modelo de escola que está posto, não é adequado para eles, portanto não cumpre nenhuma função em seus projetos de vida. Mas afinal, de que jovens e adolescentes estamos falando, e por que a sociedade alerta e se espanta com a violência nas ruas, nas cidades e nas escolas populares e atribui parte do problema a eles?

Hoje é impossível separarmos o mundo da vida do mundo da Escola. Estes jovens e adolescentes trazem consigo sua própria linguagem e cultura, e a escola perdeu o monopólio de inculcar significações a estas. Em algumas ocasiões a escola tenta, inclusive, negar a existência de outras linguagens e saberes, ou outros modos de construção e apropriação do conhecimento, distintos daqueles colocados em seus currículos. Enquanto as atividades escolares são marcadas ainda pela homogeneidade, sistematização, ordem e sequência única, as novas gerações são portadoras de culturas diversas, fragmentadas, abertas, flexíveis, móveis, instáveis etc. Estas diferenças profundas se convertem em fronteiras onde se encontram e se enfrentam diversos universos culturais e quando a distância entre a cultura social incorporada pelos jovens e a cultura curricular escolar é grande, o conflito se torna um fator constante na experiência escolar.

O CIEJA precisou enfrentar esta nova realidade e rever seus projetos e ações pedagógicas. O grande desafio agora é reorganizar a instituição para que ela se torne um espaço de transformação e convivência, que os educadores críticos chamam de “escola como espaço de resistência e possibilidades democráticas”. O que agora precisamos é derrubar os muros materiais e simbólicos que foram construídos ao logo da história e que de muitas maneiras são responsáveis pelas interferências na comunicação entre jovens, adolescentes e seus colegas de outras faixas etárias.

Percebemos que é preciso rever a forma de trabalhar com esta faixa etária, oferecendo novas possibilidades, a partir do pressuposto de que as aprendizagens podem ocorrer-nos mais diferentes espaços da cultura, da ciência, do trabalho e da tecnologia, em espaços reais ou virtuais onde é possível comunicar, difundir, produzir ou apropriar-se do conhecimento.

 III. OBJETIVO GERAL

Construção de uma proposta pedagógica inovadora, crítica e criativa, disposta a romper com concepções de educação e de processos ensino e aprendizagens voltados para o “aluno ideal”. Que traga no seu bojo o desafio de trabalhar com atividades curriculares que abram possibilidades para as culturas juvenis dentro dos tempos e espaços da EJA sem desconsiderar as características e necessidades dos alunos de outras faixas etárias.  Que seja viável e estruturada para responder as demandas deste público jovem e adolescente a cada dia maior nesta modalidade de ensino, com a perspectiva de oferecer-lhes diferentes espaços de aprendizagens, motivadores o suficiente para provocar o desejo de aprender. Além de desenvolver um trabalho pedagógico que reafirme a Escola enquanto espaço de inclusão de debate, identidade, socialização e de diversidade cultural.

 IV. OBJETIVOS ESPECÍFICOS

1. Reduzir o absenteísmo e a evasão escolar entre jovens e adolescentes através de atividades que propiciem aos alunos maior identificação com a escola, estimulando o trabalho cooperativo e assunção de responsabilidades.

2. Ampliar o repertório cultural e solidificar aprendizagens dos alunos por meio de diferentes linguagens como: apresentação e discussão de obras literárias, cinema, fotografias, teatro ou musica, inclusive as TICs, abordando diferentes temas com elementos concretos para a sua formação e instrumentos de intervenção significativa.

3. Promover o protagonismo juvenil, ou seja, desenvolver um conjunto de atividades culturais, sociais e esportivas que falem mais de perto a esses educandos, sem perder de vista a função social da Escola, além de estimular e acompanhar a construção de um projeto de vida com estes jovens.

4. Oferecer experiências educativas que promovam a vida e a cultura no interior da escola e processos formativos que possam ressignificar o ensino e as aprendizagens e agreguem características como: valorização e consideração pelos interesses, expectativas e conhecimentos dos jovens; flexibilidade em tempos, metodologias, formas de avaliar e critérios de convivências levando em conta a diversidade da condição adolescente/jovem (de gênero, cultura, social, étnica, religiosa e territorial); um trabalho pedagógico que tenha como objetivo a formação de pessoas e cidadãos através do desenvolvimento de competências que considerem todas as dimensões do desenvolvimento humano: física, afetiva e cognitiva.

 V. TEMAS QUE PERMEIAM AS ATIVIDADES CURRICULARES.

Alteridade; Identidade e Memória; Comunicação; Relações interpessoais; Culturas jovens; Redes Sociais, Trabalho como espaço de formação dos sujeitos; Pluralidade cultural; Qualidade de vida; Lazer; Sexualidade e cuidados com o corpo; Mídia; Ideologia; TICs na educação; Gênero; Cultura e Artes; Cultura Narcisista, Construção de valores e a Ética.

 VI. RECURSOS HUMANOS

Toda comunidade escolar do CIEJA e membros da sociedade civil que engloba: a equipe gestora, educandos, professores, funcionários dos diferentes segmentos da escola, supervisores, pessoas ligadas a ONGs, CEUs, Defensoria pública, Conselheiros tutelares, CAPS, CEDECA.

 VII. MATERIAIS E EPAÇOS UTILIZADOS

Laboratório de informática com o uso dos diferentes aplicativos possibilitados pelo computador, espaço de leitura, filmes de gêneros variados, espaços dos teatros dos diferentes CEUS da região, Oficinas de cultura, DVDs, data show, aparelhos de som, microfones, filmadora, máquinas fotográficas, sites da Internet, câmaras de celulares entre outros.

 VIII. CRONOGRAMA

Este projeto foi pensado em 2011 e está sendo desenvolvido ao longo 2012. Já trabalhamos todo primeiro semestre neste formato, e é possível apenas fazer uma avaliação parcial do mesmo no momento, pois enquanto processo não é oportuno fazer julgamentos prévios dos resultados que poderão ou não ser alcançados.

 IV.  METODOLOGIA

O processo ensino e aprendizagem é bilateral, dinâmico e coletivo, portanto é necessário, que se estabeleça uma relação dialógica entre professor e os alunos, e dos alunos entre si. Para trabalhar numa perspectiva sociointeracionista que envolve o diálogo, problematização, interação grupal, integração curricular e autonomia operatória, é imprescindível que temas e conceitos sejam apresentados como desafio, cuja solução envolva mobilização de diferentes recursos cognitivos, para uma tomada de decisão. As atividades curriculares devem exigir do aluno a mobilização de várias habilidades, entre elas o estabelecimento de conexões entre conceitos, leitura dos temas sob as perspectivas das diferentes linguagens hoje utilizadas amplamente sem perder a essência, que não tenha sua atenção pulverizada entre ações desconexas no âmbito das diferentes áreas.

Jovens, adolescentes e adultos são atraídos pelo universo midiático, onde diferentes linguagens circulam. A televisão, o rádio, o vídeo, a mídia impressa, imagens e a hipermídia e a internet podem se transformar em excelentes recursos mobilizadores para o desenvolvimento de competência leitora e escritora de forma mais ampla além de permitirem práticas protagonistas. O desafio é criar espaços de participação interativa e construção coletiva de projetos com o uso dessas novas formas de linguagem para estabelecer o diálogo entre os alunos das diferentes faixas etárias que precisam aprender a conviver e construírem junto novos conhecimentos.

 X.  ABORDAGEM METODOLÓGICA

1. Organização das atividades curriculares através de sequências didáticas, usando as diferentes linguagens: charges, letras de música, teatro, grafite, fotografia, produção de pequenos vídeos, filmes, documentários, internet para pesquisa e exploração das redes sociais como o facebook, blogs para ampliar e melhorar as competências pessoais e interpessoais, bem como divulgação de produção, considerando o universo cultural destes jovens e adolescentes.

2. Desenvolvimento dos conteúdos das diferentes áreas do conhecimento através de Projetos e oficinas. No momento encontra-se em andamento o projeto “VOCÊ TEM FOME DE QUÊ?” que usa de diferentes linguagens, e temáticas com conteúdo social reivindicativo, dando voz e abrindo espaço para o aluno falar sobre sua vida, necessidades, expectativas.

3. O uso do esporte e das artes como forma de proteção para educandos em situação de vulnerabilidade social. O esporte porque desenvolve o senso de coletividade, trabalho em equipe, disciplina e exercita o corpo para manter a saúde e liberar energia. A arte protege pela possibilidade de expressar coisas que de outra forma não saberiam dizer além de criar e fortalecer vínculos.

4. Ampla oferta de atividades extraescolares – apropriação de diferentes espaços públicos culturais ou não, que permitam a exploração de múltiplas linguagens e favoreçam diferentes oportunidades de aprendizagem e ampliação da cultura geral dos alunos como: visitas á museus, teatro, bienais, cinema, parques, reservas ambientais, redação de jornais, bolsa de valores, empresas, escolas técnicas, comunidades quilombolas etc..  Estas atividades são entendidas como extraescolares, porém não são extracurriculares, já que fazem parte do currículo do CIEJA.

 XI. ETAPAS DO DESENVOLVIMENTO DO PROJETO

 1. Alteração na organização do horário das aulas – mudamos aulas a organização das aulas de 45 minutos cada uma, com troca de professores entre elas, para encontros fechados de 03 horas/aula, num total de 2h15min diários com um mesmo professor da área de conhecimento. Durante a semana revezam-se os professores das diferentes disciplinas que compõem as três áreas: Linguagens e Códigos, Ciências Humanas e Ciências da Natureza.

 2. Planejamento de atividades para acolhimento dos alunos – planejar a recepção dos alunos é fundamental, para integrar os novos alunos e acolher quem retorna garantindo um bom ambiente de convivência para todos. É importante que os jovens e adolescentes percebam que a escola se mobilizou para recebê-los, este ambiente acolhedor é fundamental para que os alunos se sintam pertencentes ao espaço escolar logo nos primeiros dias e estabeleça vínculos afetivos com a escola. Na semana que é destinada a organização da escola já é feito planejamento das diferentes atividades para os primeiros dias de aula que envolvem : acolhimento, orientações e levantamento de indicadores para o planejamento da proposta curricular para o ano. Geralmente contamos um pouco do funcionamento do CIEJA através da projeção de pequenos vídeos onde foram registradas as ações desenvolvidas na escola no ano anterior tendo como protagonista os próprios alunos; selecionamos e apresentamos filmes para sensibilização e que levantem questionamentos sobre convivência, tolerância, superação de problemas visando elevar a autoestima do aluno, estimulamos as discussões e essencialmente ouvir o que estes sujeitos sociais têm a dizer, por quais experiências passaram e como elas formaram suas subjetividades.

 3. Aplicação de instrumentos de coleta de dados - recolher informações significativas para subsidiar conteúdos que serão trabalhados, abordagens metodológicas adequadas e ponto de partida do processo ensino aprendizagem de acordo com as necessidades de formação dos alunos. Este trabalho é feito a partir da aplicação de questionários socioeconômicos, e culturais e de instrumentos que possam diagnosticar o que o aluno já tem construído, e que dificuldades apresentam que constituem uma limitação aos avanços necessários como, por exemplo, baixo desempenho nas competências leitora e escritora ou dificuldades em raciocínio lógico matemático básicos.

 4. Organização das atividades curriculares - propiciar aos jovens, adolescentes e adultos, o acesso a um conjunto de variadas informações e conhecimentos produzidos por esta sociedade de comunicação aportada na era digital, de forma dialógica e interativa, e o pensar sobre questões contemporâneas emergentes dos contextos culturais e sociais, que extrapolem suas vivências imediatas e deem conta das necessidades formativas necessárias para encontrarem novas alternativas de inserção no mercado de trabalho, no mundo da cultura e da cidadania plena.

  5. Adoção do projeto professor tutor – Cada professor escolheu uma sala para ser tutor, usando para isto as horas do CCH com o objetivo de acompanhar de forma mais próxima sua turma. Este acompanhamento consiste em mapear as dificuldades; manter contato frequente com as famílias (fora dos momentos destinados à Reunião de Pais) dos adolescentes em caso de ausências frequentes ou abandono; acompanhamento do desenvolvimento das aprendizagens envolvendo orientação em grupo ou individual fora do horário normal de aula além da organização de portfólios com as atividades curriculares dos alunos; intermediação de conflitos e articulação com os demais professores da sala para desenvolvimento de ações preventivas.

 6. Organização bimestral de atividades - organização de fóruns (durante dois ou três dias), ou ciclos de cinema que envolva a escola como um todo, para discussão de temáticas que levem em conta o que acontece fora dos muros da escola, nas transformações sociais que estão ocorrendo, além da enorme produção de informação que caracteriza a sociedade atual para que o aluno possa dialogar de forma crítica com todos estes fenômenos como: preconceito, homofobia, violência doméstica, uso crítico das novas mídias, direitos humanos, sexualidade e prevenção, a política nacional, mercado de trabalho, ferramentas da Internet que facilitem a comunicação e difusão de ideias entre outros temas que permeiam o cotidiano do aluno. 

 7. Estabelecimento de parcerias - com a finalidade de trazer informações relevantes para os alunos, na intenção de ampliar seu acesso ao mundo da cultura e do trabalho além de tentar incentivá-los a apropriarem-se destes espaços de forma espontânea nas suas horas livres com objetivo de mantê-los longe de situações que envolvam risco social para os mesmos. Um aspecto adicional positivo é que os espaços e as instituições com as quais já estabelecemos relações ficam bem próximos da escola e da própria casa do aluno como, por exemplo: Fábrica de Cultura Governo Estadual (que oferece diferentes Cursos e Oficinas dentro do mundo da cultura juvenil: música, dança, teatro, capoeira, grafite, desenho etc..)

 CEUs Sapopemba e Rosa da China (trabalham com a mesma proposta da fábrica de cultura, porém oferecem outros espaços a serem explorados e trazem espetáculos musicais e teatrais com regularidade para a Comunidade.) Vale ressaltar que já participamos amplamente das atividades culturais dos mesmos;

 CIC, CAT, Daniel Comboni, SEBRAE, Ação Educativa (A parceria com estas instituições teria como objetivo garantir a apropriação por parte dos adolescentes, através de palestras ou cursos de curta duração, informações acerca do mundo do trabalho, cursos técnicos, ampliação da sua formação e até oportunidades de participação em cursos profissionalizantes).

 8. Sistematização de procedimentos - que tem como finalidade diminuir os índices de evasão dos jovens e adolescentes já são adotados pela Escola já há algum tempo - intensificados agora pelo trabalho desenvolvido pelo professor tutor. O procedimento feito pelo tutor envolve várias etapas desencadeadas quando é detectado baixa frequência ou abandono da escola pelos adolescentes que já trazem um histórico de evasão: contato telefônico com a família para informar a situação do aluno em relação à frequência e solicitar o retorno imediato do aluno; quando não é possível o contato por telefone por várias razões é enviado um relatório através de carta para a família informando o problema e solicitando a presença dos responsáveis para resolvermos a situação (usamos o sistema de cartas sociais para viabilizar o envio de um volume grande de correspondência e economizar recursos financeiros). Quando a família não toma as providências cabíveis o próximo passo é enviar relatórios sobre os casos específicos para o Conselho Tutelar e esperar a resposta dos mesmos e da família para regularizarmos a vida escolar do adolescente. Todas estas etapas e seus resultados ficam registrados em uma ficha que reúne diferentes informações sobre os jovens e adolescentes para que possamos acompanhar sua trajetória escolar, criada para esta finalidade. 

 XII. EXPECTATIVAS DE APRENDIZAGEM

Através de um trabalho interdisciplinar, um currículo que permita problematizar a realidade destes jovens, e o uso de linguagens mais próximas do universo cultural dos mesmos, pode-se evitar a dicotomia entre ler a “palavra” e ler a “realidade”.

Nesta concepção de currículo a leitura e a escrita e as TICs, são competências que devem propiciar aos alunos relações interativas mais amplas e humanizadoras com o meio social no qual estão inseridos, ao mesmo tempo em que dialogam com o universo da cultura escolar, com equilíbrio, onde uma cultura não tente sobrepor-se a outra, mas interajam, proporcionando a troca da diversidade cultural que o cerca.

É preciso criar com o aluno novas formas de ler, escrever e interpretar suas vivências e experiências, produzir novas textualidades, buscar maior entendimento da realidade que o cerca, criando assim novas referências para viver, enfrentar e agir sobre seu mundo.

 XIII. SISTEMATIZAÇÃO / REGISTRO

É importante registrar as reflexões sobre as práticas pedagógicas que serão desenvolvidas durante o projeto, ou seja, colocar o registro a serviço da reflexão, considerando que outros educadores podem aprender algo novo com este registro. Estes registros devem ser claros e ricos em descrições para dar ideia do caminho percorrido, tanto pelo professor quanto pelo aluno para pensar e aprender sobre um determinado assunto: o tema escolhido, a forma como o professor apresentou a proposta de trabalho, as atividades realizadas pelos educandos, o que foi aprofundado, materiais utilizados para iniciar as discussões, como as descobertas feitas pelos alunos foram registradas, de que forma a leitura e a escrita apareceram nesta sequencias, etc.

Geralmente usamos as seguintes maneiras de organização para facilitar o registro:

  1. : um caderno para registros diários; uma pasta para guardar produções dos alunos e textos utilizados; uma pasta com questões que orientem o registro (o que pretendo trabalhar esta semana, atividades que desenvolverei para atingir as metas, que atividades deram certo e por que; o que fiz e que não estava no planejamento).Em relação à forma
  2. Em relação ao tempo: registros diários e semanais; e ao final do ano um registro mais completo contendo o caminho percorrido, as vivências, o que deu certo, os pontos que precisam ser aprimorados.
  3. Em relação aos temas: escrever sobre as experiências positivas, experiências que não deram certo, como os alunos produzem os textos, resolvem problemas de diferentes naturezas, a dinâmica do grupo, ideias de continuidade ou mudanças necessárias, percurso ou conquista dos alunos em relação aos temas trabalhados, abordagens metodológicas relevantes e que realmente despertou nos alunos o desejo de aprender, que conflitos surgiram durante o percurso e como foram mediados, etc.

 XIV. AVALIAÇÃO

A avaliação do processo ensino aprendizagem é contínua, formativa e com um cunho auto avaliativo. Sistematizada ao final de cada bimestre ou ao final de cada sequência didática ou de temáticas propostas pelas as áreas de conhecimento, utilizando-se para este fim diferentes instrumentos para levantamento das informações desejadas, no caso os avanços dos alunos.

Adotamos, inclusive para habituar o aluno a auto avaliar-se o uso de fichas com as seguintes informações: Eu já sei...”; “Eu preciso de...”; “Eu posso ajudar em”... ’’

A avaliação da equipe gestora e docente até o presente momento é que o projeto tem condições de apresentar resultados positivos em relação ao que se propõe. Embora haja grandes desafios ainda no que diz respeito á parceria com outras instituições de cultura, trabalho e lazer, existe a esperança de se poder oferecer aos adolescentes e jovens que procuram a EJA, um espaço criativo onde os mesmos se sintam partícipes do processo de construção de conhecimentos.